terça-feira, 26 de junho de 2007

Debate Um Dia Por Lisboa - depoimento de Mário Alves


Sim, só está aqui porque concordo com tudo.

Porque o país não tem só maravilhas...

Os 7 horrores de Portugal
Vale a pena quanto mais não seja para nos rirmos um pouco com as obras a concurso. Só acho chato ter que votar em 7, logo eu que não teria dúvidas em escolher só uma.

Domingo no Jardim do Campo Grande

Uma miragem. De repente o jardim estava vivo. Não, não era miragem, afinal estava mesmo.
Decorre nalguns jardins de Lisboa e até Setembro o Pleno Out Jazz que conseguiu trazer vida ao Campo Grande, essa ilha verde abandonada.












Ao som de um Marvin Gaye ressuscitado. Que belo som para um Domingo. A atmosfera estava criada, era qualquer coisa entre estas fotos de cima e esta música de baixo.


Fica aqui também a minha homenagem ao artista. Viva Marvin Gaye!

Curso Dança Verão'07 - Escola Superior de Dança

Quem puder que aproveite, por mim também...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

"Saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas"

Uma das minhas obras de referência na adolescência, daquelas que decorei e cantava até à exaustão minha e de quem me ouvia, vai ser agora reinterpretada por vários novos artistas.

FMI - Give me some money dia 28 de Junho, 23h MusicBox - Cais do Sodré

Deixo aqui a letra mas para quem nunca ouviu, por favor, que o faça primeiro. Não percam a oportunidade de poder rir e chorar na mesma peça musical (assim me aconteceu).
É um momento mágico e dramático, do autor e do país que o proporcionou. Carregado de emoção e política, duas esferas que durante os loucos anos setenta...e quatro em diante mal se distinguiam (digo eu, que só vivi as réplicas desse período). Aliás, o que José Mário Branco sintetiza genialmente no seu FMI é o que eu gosto de pensar como a passagem de Portugal do período da "emoção política" (com o 25 de Abril), para a "política emocional", e finalmente para a "política das emoções". É durante a ascensão dessa política das emoções que José Mário Branco escreve FMI, e por causa dela, "numa noite de Fevereiro de 79".
É pelo menos assim que eu o vejo, depois de muitas vezes ouvi-lo.

Quanto à reinterpretação, espero para ver.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Why now?

Na véspera do último exame do meu curso (espero), ocorreu-me isto...

Mas que raio...porquê agora? Ou antes, porquê isto?

terça-feira, 19 de junho de 2007

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Constatação II

Existe uma frase muito comum entre nós, os portugueses (e ao dizer isto sei que corro o risco de estar a particularizar algo que talvez seja geral e afecte todos os povos do mundo contemporâneo):

"É preciso mudar as mentalidades"

Hoje confrontei-me com um caso em que a pessoa que acabara de proferir estas palavras era simultaneamente o seu destinatário. Podia ser um juízo de valor meu, mas não, esta pessoa recusava-se aceitar a própria situação para a qual reclamava uma mudança de mentalidades, a fim de ser aceite pelo comum dos mortais.
Resultado, surgiu-me a seguinte questão: será que isto é válido para toda e qualquer situação em que aquela frase é empregue?
Surgiu-me também um esboço de resposta: é claro que não, idiota.
Veio então outra questão: Será que esta frase é empregue por quem se sente incapaz de mudar a sua mentalidade face a algo, perpetuando assim essa sua condição e ao mesmo tempo...a célebre frase?
Qualquer coisa do tipo "iá, iá...tens razão, não me chateies".

Não me surgiram até ao momento novas respostas nem perguntas.

sábado, 16 de junho de 2007

Há manchetes que valem mais que mil palavras!

in Público (15/06/2007)
Eu acho que ele conseguiu o que queria. Realmente o crime compensa...

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Constatação

Há qualquer coisa entre mim e as 4h/5h da manhã.
É a hora a que me deito agora.
Sempre.*
* Excepto se me contrario.

terça-feira, 12 de junho de 2007

E que mais?

O Islão tem 5 pilares.

A Antropologia do mundo árabe tem 3 zonas de teoria (Lila Abu-Lughod).

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Engraçado

Não sei ainda o que pensar sobre isto. Se calhar nada. É só engraçado...

terça-feira, 5 de junho de 2007

Bicicletas em Lisboa, uma utopia?!

Ao ler o jornal Metro de hoje, na secção Lisboa, página 5, dei de caras com uma coluna intitulada "O QUE SE DIZ DE LISBOA", onde li o seguinte:

"Lisboa, uma utopia [...]: 1. tirar os carros da cidade; 2. bicicletas [...] o ideal seria um teleférico igual ao das pistas de ski; (...)"
JoaoMiranda
http://ablasfemia.blogspot.com/

Perante esta "blasfémia", decidi ripostar, através do seguinte comentário que deixei no blog do senhor:

Caro João Miranda,
para o caso de ainda não ter reparado no aumento do número de ciclistas em Lisboa nos últimos anos, o que só por si já é prova bastante da sua possibilidade mesmo sem teleféricos, sugiro que procure informar-se melhor sobre o assunto. Deixo-lhe algumas sugestões:

http://bicicletanacidade.blogspot.com/
http://menos1carro.blogs.sapo.pt/

Ou mais institucionalmente: http://www.fpcub.pt/

Obrigado pela atenção e sinceros desejos de maior lucidez sobre este assunto.

Ricardo Sobral

Lisboa Antiga de Bicicleta

No passado Domingo dia 3 de Junho a Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta organizou pela 15ª vez o passeio "Lisboa Antiga de Bicicleta".
Isto foi o que aconteceu. Cada um terá vivido isso à sua maneira. A minha foi esta:

9h00 - chego ao Terreiro do Paço e levanto a minha inscrição, com direito a uma t-shirt, sardinhada no fim e um vale para uma revisão gratuita na oficina do El Corte Inglés.

9h20, no café mais próximo do Terreiro do Paço que estava aberto, "Campesina", numa perpendicular à Rua Augusta - vários ciclistas acorrem aqui para tomar café e comer algo. Até que chega um grupo de BTTistas vestidos a rigor, com equipamento completo (licras, óculos, luvas e sapatos especiais, capacetes...). Um deles pede "uma sandes de leitão e um copo de vinho". Um outro pede sandes de leitão e um sumo de laranja, mas à pergunta "quer sumo natural ou Trinaranjus" responde, "hum...olhe, afinal é uma mini preta". A estes dois BTTistas juntava-se um terceiro que dizia já ter feito o aquecimento: 18km de sua casa até ao Terreiro do Paço, passando pelo Parque das Nações.

9h30 - à hora marcada para o início do passeio havia uma fila de "não sócios" ainda em crescimento que esperava para levantar a inscrição.
Por entre a espera um BTTista comentou "este passeio parece os do Bicicletando, nunca mais começa", enquanto outro sugeriu partir primeiro, "ir andando".

10h00, mais coisa menos coisa - início do passeio propriamente dito.
Para começar, subimos por Alfama. Houve logo queixas de alguns participantes que não aguentavam subir algumas ruas. Isto porque eu estava entre os últimos do passeio, na frente do pelotão seguiam aqueles a quem, por mais que custasse subir, interessava chegar primeiro.
O facto de ser a subir e de serem 700 bicicletas a passar por ruas estreitíssimas de Alfama fez com que esta primeira "etapa" do passeio fosse muito lenta, quando não parada.


Por esta rua terão passado 700 bicicletas...

Lisboa Antiga...de bicicleta?!
Tanto quanto consegui saber, o percurso deste passeio é o mesmo desde há 15 anos. Não posso negar o meu espanto. Há escolhas que não se compreendem ou então ultrapassam-me. Por exemplo esta...

A subida para o Príncipe Real fez-se pela Rua do Elevador da Glória, cheia de desconfortáveis carris, com uma alternativa muito mais cómoda e menos inclinada mesmo ali ao lado - a subida pelo Chiado, Rua Garrett, que é a opção para quem normalmente passa nessa zona de bicicleta. Como eu.

Uma questão tem que ser levantada: qual é o objectivo deste passeio e qual o público alvo. A FPCUB diz-nos: "Divulgar, promover e dar a conhecer Lisboa através da bicicleta"; "promover a utilização da bicicleta como forma de mobilidade sustentável, não poluente, ecológica e saudável, quer como meio de lazer e forma de conhecer “o outro lado” de uma cidade, quer para as pequenas deslocações pendulares: casa - trabalho ou casa – escola".

Podia referir-me a outros objectivos mas fico-me por estes dois. Parece-me que ao querer "dar a conhecer Lisboa através da bicicleta" com este percurso, estamos a contribuir mais para o reforço do mito das 7 colinas e para a ideia da impossibilidade de andar de bicicleta em Lisboa do que a "promover a utilização da bicicleta como forma de mobilidade sustentável".

Com o percurso do passeio "Lisboa Antiga de Bicicleta" está-se a promover sobretudo uma ideia (do meu ponto de vista, claro): andar de bicicleta em Lisboa é um desporto radical. A par do evento "Red Bull Downtown Lisbon", Alfama assume-se como uma espécie de Rali Dakar das bicicletas: é pitoresco, impraticável para o uso quotidiano e envolve sempre muita gente e uma mega organização para os eventos que lá passam.

O percurso podia ser escolhido em função da Lisboa que é possível dar a conhecer de bicicleta a toda a gente e não só aos radicais e BTTistas. Os mesmos locais de referência na cidade por onde passou o cortejo podem ser acedidos por outras ruas, menos inclinadas e mais acessíveis as todos. Basta perguntar a qualquer ciclista urbano que por lá passe habitualmente.
Não participei em edições anteriores deste passeio, mas como utilizador quotidiano que sou, e não radical (excepto as transgressões que faço ao Código da Estrada que me dão muita adrenalina), a manter-se assim o percurso não voltarei a participar. Calculo que ao longo dos últimos 15 anos tenha havido outros a pensar como eu.
O percurso está feito a pensar no regozijo dos BTTistas por isso é normal que eles acorram em massa, ultra equipados da cabeça aos pés. Não os censuro, só não é a minha opção. E não me parece que deva ser a opção de um passeio que se propõe promover o que acima foi dito.

Depois veio o candidato...
...aqui de COSTAs, com o aparato mediático diante dele e da minha objectiva. Entretanto a sua candidatura já apresentou o programa onde é dado grande destaque à bicicleta. Houve logo vozes críticas a ridicularizarem esta opção, como a do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, e outras que reagiram de imediato a essa ridicularização. O tema está cada vez mais instalado, já (quase) toda a gente fala no assunto, ora bem ora mal, e as bicicletas "invadiram", diria mesmo que tomaram de assalto, os programas de algumas candidaturas. A ver no que dá...

Para terminar, a sardinhada...

Em primeiro plano vemos na foto a equipa dos "brancos, vermelhos e pretos", ao fundo destaca-se a equipa dos "laranjas". Os "amarelos", equipa muito vistosa, já estariam servidos a esta hora.
Ainda assim houve várias queixas quanto ao (mau) serviço. Eu concordo com elas, mas a minha solução seria acabar com a sardinhada de vez. "Mal organizada", "pessoas a passar à frente na fila", "muito tempo à espera"...e deixo a melhor para o fim, aquela que me fez esboçar um sorriso apesar da fome e da falta de paciência que o olhar antropológico não conseguiu evitar: "fico mais tempo à espera pra comer do que a andar de bicicleta". Ninguém disse que ia ser fácil...

Link para o álbum completo de fotos do passeio

sábado, 2 de junho de 2007

"Blame Beckett", Prémio FATAL 2007 - Melhor Espectáculo

Parece que ganhámos. Falo em nome do grupo, claro.
Mas apesar de se tratar de uma criação colectiva há um elemento que é mais responsável por esta distinção. O mesmo que sempre desvalorizou a selecção para o festival, o frenesim que o envolve e o prémio que nos foi atribuído, resumindo-se a um "é sempre bom receber elogios", só arrancado no final já com o troféu na mão (ou uma parte dele, que a outra soltou-se). O mesmo que decidiu trabalhar Beckett, o mesmo que o encenou. Escrever estas palavras de apreço e admiração pelo seu trabalho é algo que eu preciso, e que ele dispensa. Intriga-me a relação que mantém com o seu trabalho, com o produto da sua criação, colectiva por princípio e rigorosamente dirigida. Sim, rigorosamente, porque "sem rigor não se vai a lado nenhum".
Esta minha admiração tem um fundo que diz "eu quero ser assim". Não o acho de todo impossível, é um método de trabalho e não um dom, que em si me parece de fácil compreensão, sem grandes segredos. Envolve muita objectividade (rigor, lá está), pode não saber qual o resultado final nem o caminho para lá chegar mas sabe muito bem o que procura, ou acaba por encontrá-lo. Talvez seja perseverança, ao melhor.
O que me intriga é o papel que a modéstia, falsa ou genuína, presunçosa ou estratégica, um pouco de todas, desempenha neste processo. Intriga-me porque é marcante, cativa, seduz. E no final, acredito que também dá prémios...