sábado, 27 de outubro de 2007

O lado sensível do poder

A vinda de Vladimir Putin aqui ao rectângulo provocou o alarido normal destes acontecimentos. Pouco se falou de outras coisas nos jornais estes dias, com tanta minúcia. A preocupação com a segurança de "um dos homens mais poderosos do planeta", como a imprensa persistentemente o pinta, moveu milhares, de pessoas e bens, e teve amplo destaque mediático.

O que ninguém esperava era que este peso pesado, este homem feito austero, dos mais poderosos do mundo, que come caviar ao pequeno-almoço, cinturão negro em judo e ex-KGB pedisse aos anfitriões para ir ver o Oceanário de Lisboa.

Mas quem é que não se lembrou disto? O Eusébio e a Amália ficaram de fora do protocolo?! Valeu a sensibilidade deste homem rijo, que ao que se soube gostou muito das versões lontra destes símbolos nacionais e ainda da garoupa.

E quem não se derrete a ver o Eusébio e a Amália...se os houver que vão p'rá Putin que os adestrou.

O lado sensível dos homens duros e poderosos é sempre motivo de chacota entre os homens normais. Entre as mulheres, normalmente dá azo a contorções e alguns "ooooh" que só os animais de estimação lhes costumam provocar.

A história enche-se de exemplos destes, daí o meu espanto por não se ter incluído inicialmente no programa a visita ao Oceanário. Fez-me lembrar o general Stilwell no filme 1941 - ano louco em Hollywood, do Spielberg. Um general tem tanto direito a comover-se com o Dumbo como qualquer outra pessoa. Mas a mim, isso faz-me rir...


Digam lá que não são queridos, e fofinhos...

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