quinta-feira, 31 de maio de 2007

Sobre a greve geral

No ano de 1999 ou 2000 passava na televisão brasileira um anúncio a um banco (o Unibanco) que me ficou na memória desde então por esta célebre frase:

"Nos anos 60 a gente se revoltava contra o sistema. Hoje o sistema cai e a gente fica logo revoltada"

Paradigma actual? Talvez.
Quanto à greve geral de hoje que paralisou o Metropolitano de Lisboa esqueci-me de dizer uma coisa ontem: que fossem de bicicleta! Que melhor dia para não ter desculpas e experimentar um novo sistema, daqueles cuja queda está dependente de nós.
Paradigma futuro?...

terça-feira, 29 de maio de 2007

Não me sai da cabeça

Estou com esta música na cabeça. Há um mês. Há mais de um mês. Canto-a. Às vezes antes dos espectáculos. Inspira-me. Dá-me força para continuar...
Hoje voltou. Alguém perdeu alguém. Para o que ficou esta música talvez seja importante. Para mim é tanto que foi dela que me lembrei assim que soube do sucedido.



"Inside my earth is breaking
My make-up may be flaking
But my smile still stays on."

segunda-feira, 28 de maio de 2007

O compromisso de Helena Roseta

Acabo de ler O meu compromisso de Helena Roseta às eleições intercalares para a Câmara de Lisboa.
De uma forma geral, pareceu-me bom e de longe (de longe!!) mais interessante que qualquer programa das candidaturas às eleições de 2005. Mas isso é o lado bom de qualquer crise - a oportunidade de fazer renascer algo e a vontade geral, renovada, de o levar a cabo.
À parte das questões politico-partidárias que ela aborda e das suas opções para a gestão camarária, todas elas interessantes (e não teço mais elogios porque não me sinto informado para tal, podem não passar de palavras ou conceitos vazios quando postos em prática), o que me chamou mais a atenção foram os pontos que a seguir cito:

  • O conceito de "acupunctura urbana" - Mais do que grandes projectos, Lisboa precisa de intervenções cirúrgicas que permitam curar as feridas da cidade e reconciliar os cidadãos com a beleza e o encanto mágico da capital. É o que chamamos “acupunctura urbana”, que não exige grandes meios mas sim conhecer bem os pontos nevrálgicos e actuar com precisão.
  • A referência a Jane Jacobs (ok, ela é arquitecta não deve ter sido difícil...) - O melhor meio de garantir a segurança é combater a solidão, em especial a dos idosos, e a desertificação de zonas inteiras da cidade, criando condições para que possam ser restauradas as relações de vizinhança. A comunidade vive mais segura “quando há olhos de sobra na rua”, como escreveu Jane Jacobs, grande referência em matéria de morte e vida das cidades.
  • O "direito ao passeio" - Queremos restaurar um direito tão simples como o direito ao passeio e o lugar dos peões nas estratégias de acessibilidade e mobilidade. A cidade tem de voltar a ser para as pessoas, não apenas para os automóveis.
Sobre este último ponto, que me interessa em particular, deixo agora um exemplo do que Helena Roseta terá que fazer, se for eleita. Nas fotos abaixo vemos o passeio numa zona da Av. Fontes Pereira de Melo que foi arranjada depois das obras do túnel do Marquês, ou seja, uma obra acabada de inaugurar!
Roseta quer que a cidade volte a ser para as pessoas e não apenas para os carros. Pergunto-me: e o que quererão as pessoas? E os média? Digo isto porque antes, durante, e depois da inauguração do túnel do Marquês falou-se muito da segurança dentro do túnel, rodoviária claro está. Não ouvi uma palavra sobre a segurança dos pedestres.
O resultado parece estar à vista. Não falo de nenhum acidente que tenha envolvido algum peão e esta boca de incêndio, pelo contrário, refiro-me à "normalidade" com que lidamos com estas aberrações no dia-a-dia. A segunda foto ilustra bem isso: duas pessoas conversam lado a lado enquanto descem pelo passeio. Terão visto o objecto mas só ao ponto de o evitar, talvez o achem "natural" ou "inevitável" uma vez que zela pela nossa "segurança" (faria o mesmo se estivesse encostado a uma das extremidades do passeio).
Não sei o que é pior, se saber que existe um igual uns metros acima no mesmo passeio ou saber que se trata de uma obra recém-inaugurada (ainda que o passeio fosse um apêndice da grande obra). Não sei. Mas para a Helena Roseta esta é uma oportunidade para pôr em prática a sua "acupunctura urbana". Se for eleita, claro.
Que não se pense que acabo de divulgar o meu voto no dia 15 de Julho. Espero aliás poder fazer isto com os programas de todas as candidaturas, mas que não se pense que estou a assumir um compromisso. Que não se pense.

sábado, 26 de maio de 2007

Finalmente chegaram!

Os meus ténis de dança. São da Bloch e deslizam que parece manteiga, fazem as voltas por mim.

Massa Crítica de Maio

Ontem, sexta-feira, houve Massa Crítica. Pouco concorrida. A chuva ameaçava e chegou a participar também.
Houve uma novidade. Pela primeira vez, que eu saiba e todos os que estavam presentes, subimos a Rua Joaquim António de Aguiar em direcção às Amoreiras, apesar de virarmos na primeira à direita, a Rua Castilho, com um declive muito mais amigável, para seguirmos até São Sebastião, Praça de Espanha e pararmos na Av. Berna à espera de um grupo de pessoas que estava para chegar.
Eu não continuei. Aproveitei a espera e os primeiros pingos de chuva ameaçadores para ir jantar, antes do último espectáculo desta semana, de "Blame Beckett" claro.
Fica o registo desta tarde...

Houve outra novidade. Um estreante. Com esta bicicleta de pneus verdes à frente na foto. Será que são mais ecológicos?...

sexta-feira, 25 de maio de 2007

2ª tentativa

Ou 2nd attempt. Confesso a Deus/ mais um dia divino/ o cheiro dos cadáveres que distingo nitidamente não me é desagradável/ tudo se mantém na imensa loucura do corpo/ quantas horas ainda antes do silêncio seguinte...

...mas desta vez Blame Me, se alguém.